25 de dez. de 2007

Entrevista com Hugo (Doble Fuerza) – 27/10/07

Outubro de 2007, data da turnê brasileira do Doble Fuerza (Argentina) a São Paulo. Doble Fuerza que é uma das bandas clássicas do Punk Rock da América Latina vindo ao Brasil tocar pela 3ª vez. A pouco tempo eu não imaginava ir num show desse porte (como muito menos) conversar com seus integrantes. Aproveitando a onda do blog, resolvi tomar coragem e ir entrevistar “los hermanos”. Tinha a data certa, marcada para o dia: dia 27 de Outubro. Local: Hangar 110, show junto aos Paranoycos, 88não e os Garotos Podres. Bandas de “pouco” peso para essa turnê. Infelizmente fui em apenas 2 shows (dia 18 no Vegas e neste do dia 27), mas o suficiente para confirmar que são uma de minhas bandas favoritas.
Na maior simpatia, conversei (no melhor portunhol) com seus integrantes sobre as putas da augusta, musicas, as cervejas e sobre o “bomberinho” que estava uma delícia. Em meio a um dogão e outro, na saída do Hangar consigo trocar alguma idéia com Hugo. Eu tinha conversado com ele dizendo que gostaria de entrevista-lo e logo depois de comer seu 3º lanche falou comigo enquanto esperava o quarto. Apesar da pressa, pois logo mais iriam fazer o último show da turnê em Santos, consegui gravar a entrevista.
Bem, sobre os shows, foram ótimos, mostrando toda a fúria de seu punk rock argentino muito influenciado pelos Ramones (banda a qual eles tiveram o prazer de abri o show de despedida) e pelos clássicos do 77. Ou seja, essa banda que completa seus 20 anos de estrada passou por aqui para criar novos fãs e deixar com saudades os velhos.


*Quais as bandas que mais influenciaram vocês?

Não são apenas uma ou outra banda. Nós preferimos mais um estilo, como o punk 77, rock and roll dos anos 50 e 60 e também muitas músicas tradicionais e cultural de diferentes regiões.

*Como é a cena punk/oi Argentina?

A cena é boa. Existem bandas que ainda tocam o som puro, que curtem o estilo independente, e outras que não, que fazem parte do comercio musical. O Doble Fuerza é uma banda que no ano que vem, vai completar 20 anos de punk rock na cena independente.

*Qual o diferencial do público brasileiro?

Eu gosto muito, principalmente da maneira de dançar e como se faz, mas do jeito mais livre, unida. Lá também temos, mas esta cada vez mais restrita.

*Qual sua opinião sobre a rivalidade Brasil X Argentina?

É uma rivalidade que tem que existir apenas no futebol e tem que durar apenas os 90 minutos do jogo, só isso. É a terceira vez que vemos ao SP/Brasil e, cada vez mais, vemos que temos mais em comum do que imaginamos.

*Quais bandas brasileiras você mais gosta?

As lendas do punk rock como Cólera, Inocentes, Ratos De Porão, Garotos Podres, entre muitas.

*E Argentinas?

Gosto das que estão conosco na estrada como 2 Minutos, Flema, Mau Momento...

*No livro “O Diário de um Skinhead” o autor não deixa claro que vocês não são uma banda neonazista. Você chegou a ler o livro, o que achou do comentário a vocês?

Conversamos com “Tony Salas” e ele se desculpou com a banda. Ele disse que a informação que chegou a ele era que o Doble Fuerza era uma banda street punk que tinha como público no começo, em 87, punks, Skinheads tradicionais, SHARPS e alguns nacionalistas e neonazis. Mas nós não confirmamos essa informação com ele. Mas a realidade é que nós expulsamos todos os skinheads de nossos shows. Muita gente no movimento punk é parasita e se deixa levar pelos comentários. O Doble Fuerza a 20 anos tocando na cena, essa é a única verdade.

*Qual a visão política de vocês?

O DF tem uma visão socialista das coisas. Mas não nos esquecemos a de falar do amor e de outras coisas. Quase todas as músicas e letras sou eu que faço e eu tenho uma visão da vida cotidiano. Não temos problemas com ninguém, não temos preconceitos. Isso eu deixo para aqueles grupos mais politizados.

*O que você acha sobre os ataques e brigas entre punks e ganguistas?

Não gosto de violência desses exércitos. Não acredito que isso chegue a algum lugar e tenha realmente um motivo a não ser a pratica da violência desnecessária.

*Como foi essa turnê comparada às outras?

Ótima. Achamos diferente das demais porque fomos dessa vez fomos ao interior de São Paulo (Serrana, Ribeirão Preto, Cravinhos, Araraquara). Nós gostamos desse intercambio com bandas como DZK, Íbis, pois não viemos apenas tocar, viemos trocar experiências.

Um comentário:

TheCrimsonGuitarrist disse...

Aeee Danilo!

Finalmente a entrevista!!! haiuhaiua mto phoda, parabéns!

flw, abraços cara!